Minha história com o câncer

Meu nome é Vanessa Vasconcellos, tenho 34 anos, casada e tenho um filho de 3 anos.

Sempre fui uma pessoa atenta a minha saúde, ir ao ginecologista e fazer exames de rotina sempre foram importantes para mim. Também não era uma pessoa sedentária, fazia musculação e tinha uma alimentação saudável na medida do possível. Claro que não me privava de comer coisas fora da dieta de vez em quando, mas estava no meu peso normal. Tinha uma vida ativa de uma esposa, mãe e profissional, aquela rotina acelerada da maioria das mulheres neste país.  Mas no começo do ano de 2018, dava-se início a uma virada radical na minha vida e da minha família. 

Em fevereiro fiz meus exames de rotina o que incluía exames de sangue. Ao saírem os resultados, para a minha surpresa eu estava com uma anemia muito forte, coisa que nunca tive na vida, me assustei. Me consultei com uma médica hematologista, fiz mais exames e nada anormal no meu organismo foi constatado, porém tive que tomar algumas bolsas de ferro. Passaram-se sete meses, neste período sentia um cansaço fora do normal, mas eu achava ser decorrente da correria diária. Até que no dia 7 de setembro, após chegar de uma passeio em família, tomei um banho e relaxei no sofá, e toquei meu seio, talvez como algo intuitivo, embora eu realizasse o autoexame uma vez ao mês e meu ultrassom mamário havia sido feito há 11 meses e tudo estava perfeito.

Ao tocar meu seio esquerdo senti um nódulo grande que não era normal. Na quarta seguinte fiz o ultrassom e o doutor achou o nódulo suspeito. Saí do consultório dele muito abalada, pois sabia que algo errado e grave estava acontecendo, até porque meu corpo já havia dado sinais, com a anemia e o cansaço anormal. Foi solicitado uma biopsia, o resultado saiu no dia 30 de outubro. Eu peguei o resultado e fui direto para a clínica de oncologia, pois, sendo um câncer ou não, era importante saber a opinião do médico oncologista. E de fato era sim um carcinoma ductal invasivo grau III –  câncer de mama.

Nem preciso dizer que o chão abriu-se diante de mim, meu mundo caiu. Não conseguia entender o porquê aquilo havia acontecido comigo, afinal não tinha maus hábitos de vida, era muito nova para ter câncer de mama e não tinha casos na família. Foram dias de muita angustia. Mas o diagnóstico era um fato, e eu precisava encarar a realidade de frente se quisesse vencer essa batalha. Meu médico oncologista é um anjo enviado a Terra, ele foi amoroso, compreensivo e me deu todo amparo, apoio e esperança a qual eu necessitava naquele momento. Então levantei minha cabeça e com fé em Deus e na minha capacidade de vencer e amor no coração, fui com coragem e força para essa batalha!

Confesso que não caía minha ficha que eu tinha que fazer quimioterapia, mas tomei por decisão ser amiga das quimioterapias e vê-las como gotas de cura abençoadas. Iniciei as quimioterapias no dia 30 de novembro de 2018, foram 4 ciclos das vermelhas, as mais agressivas, meus cabelos caíram no 14º dia após o primeiro ciclo. Mas a perda dos cabelos não me abalaram, pois a vontade de viver era muito maior, e custasse o que custasse eu faria tudo para sair vitoriosa dessa luta.

Assim que terminei as 4 quimioterapias vermelhas, dei início a 12 ciclos das quimioterapias brancas, no total fora exatos 6 meses de quimioterapia, 16 ciclos. Não direi que foi fácil, são efeitos colaterais que te derrubam, pensamentos que te derrubam, mas a força de vida, a fé em Deus, a vontade de ver meu filho Gabriel crescer e o apoio da família me levantaram no momento mais difícil da minha vida. Ao término das quimioterapias fiz a cirurgia de quadrantectomia (quando é retirado apenas uma parte do seio). E agora estou terminando minhas sessões de radioterapia. 

Viver tudo isso não é fácil, mas costumo dizer que o câncer me ensinou muita coisa, é um professor, me tornou uma pessoa melhor, mais tranquila, de mais amor, mais lúcida, que vive um dia de cada vez, e de uma fé inabalável. Hoje eu estou ótima, tive um resultado brilhante como diz meu amado doutor Breno, o qual devo muito da minha cura. E neste final de tratamento só cabe gratidão no meu peito, muita gratidão por Deus ter me amparado, me dado forças para aguentar firme e sair vencedora. Gratidão por meu amado e incrível esposo Thiago, o qual devo minha vida, pois este homem, fez o possível e até o impossível para que eu reestabelecesse minha saúde, esteve ao meu lado em todos os momentos, um grande homem! Gratidão aos meus pais, que foram tudo pra mim também, aos meu amigos com suas orações, mensagens e carinho. Gratidão aos médicos que foram competentes e amorosos comigo, gratidão ás pessoas que eu nem conhecia e torceram e oraram por mim. E gratidão ao meu filhinho lindo que pedia para Jesus me curar, beijava meu seio e minha carequinha rs. Fui muito abençoada no meu tratamento graças a Deus!

No primeiro dia de consulta quando recebi a noticia, meu doutor me disse que a cabeça era 50% ou mais do resultado do tratamento, e foi nisso que trabalhei, meus pensamentos, minha estabilidade emocional. Fiz muita meditação, orações, afirmações positivas, tudo que me fazia bem e me tranquilizava, e a certeza de que ficaria curada, e sei que isso contribuiu muito para meu sucesso.

Estamos na campanha do Outubro Rosa, acho muito importante que todos se conscientizem da importância do autoexame, de uma rotina de cuidados com saúde, mas não apenas em outubro, mas em todos os meses do ano. Um diagnóstico precoce faz toda a diferença. Precisamos falar mais sobre o câncer, essa palavra tão mistificada, essa doença tão comum e ao mesmo tempo tão rotulada, que gera medo nas pessoas, e elas evitam falar sobre e  buscarem ajuda, tratamento. câncer não tem idade, e são vários fatores que causam, portanto vamos ficar atentas.

Hoje tenho um canal no YouTube que conta em detalhes minha história de superação e tem por objetivo ajudar a muitas mulheres e homens que estão passando por isso, ou seus familiares, sou grata por poder ajudar alguém que precise, assim como fui muito ajudada também. Se “toca” menina, quem procura acha, quem acha cura! Câncer tem Cura! Gratidão, fé sempre! Obrigada pela oportunidade de relatar a minha história!

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